sexta-feira, 25 de setembro de 2015


Parte 2

Quando estamos os dois de boca aberta, não espantados mas sim cheios de sede, visto que há uma hora que estávamos sobre um sol abrasador a olhar para o momento, passa por nós o de sempre, o magnata do tempo perdido. Quando olha para nós pergunta o que estávamos ali a fazer de boca aberta a olhar para a Torre do Castelo. Sem muito para dizer apontamos para cima sem qualquer tipo de explicação. O magnata do tempo perdido, mais conhecido por LP, começou por dizer o óbvio: “Está lá um homem em cima com uma mochila verde”. “Obrigado LP, mas sabes como ele chegou lá?”, perguntei eu.  Depois de uma breve explicação a boca dele não abriu, apenas perguntou “então porquê???”. Obrigado LP pela pergunta, mas a questão que estava aqui em causa não é o porquê. A questão que se impunha era o que ele levaria dentro da mochila.


Entretanto o homem de calças de ganga e camisa branca em cima da Torre continuava lá, olhando para baixo. Vimo-lo retirar o animal de dentro da mochila, ficámos ainda mais atentos a todo aquele espetáculo. O homem desconhecido, além do animal que levava dentro da mochila, começou a retirar um paraquedas (sim, um paraquedas!), por isso imaginem o que se iria proporcionar. Perguntei ao LP e ao meu amigo, que estava comigo desde o início, se achavam que o homem se iria atirar de paraquedas do cimo da Torre. O meu amigo Fabiosky, de origem húngara, olhou para mim e fez a seguinte observação: “Ele até se pode atirar de paraquedas e correr bem, uma vez que a Torre do Castelo tem cerca de 200 metros de altura, sendo o ponto mais elevado da nossa cidade e que se encontra sobre um castro pré-romano numa posição inter-fluvial, a verdadeira questão é: que animal será aquele?”. Realmente tinha razão – que animal era aquele?!.